Notícias

Ministro da Saúde aponta Avanços no Programa Alargado de Vacinação

Sua Excelência Prof. Doutor Armindo Daniel Tiago, Ministro da Saúde apontou a vacinação completa de cerca de 804 mil crianças, correspondendo a uma cobertura administrativa de 96% nos primeiros nove meses de 2023, como um dos sinais de avanço do Programa Nacional de Vacinação.

Armindo Tiago falava durante a abertura da Reunião Nacional do Programa Alargado de Vacinação (PAV), que decorre desde esta Quarta-feira, 13 de Dezembro, sob o lema “Zero Crianças, Com Zero Doses”.

A cifra alcançada de Janeiro a Setembro do ano em curso, em termos de imunização completa, corresponde a um aumento de 16 pontos percentuais em comparação com igual período de 2022, em que foram abrangidas 657 mil crianças, prosseguiu o governante, que realçou igualmente a vacinação completa contra a COVID-19 a cerca de 19.8 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 12 anos, correspondendo a uma cobertura administrativa de cerca de 98% em relação ao grupo-alvo, e a realização de nove rondas da campanha de vacinação em resposta à Pólio, administrando cerca de 87 milhões de doses de vacina a crianças menores de 15 anos.

A realização da vacinação contra o Sarampo e a Rubéola, alcançando cerca de cinco milhões de crianças menores de cinco anos em cinco províncias do país, que representam o maior peso da doença, e a realização de três rondas de vacinação contra a Cólera, abrangendo cerca de três milhões da população-alvo, correspondendo a 100% do planificado, também se inserem no conjunto de avanços obtidos, continuou o Ministro.

Destacou ainda a introdução, no calendário vacinal de rotina, da vacina contra o Papiloma Vírus Humano em 2021, vacina contra a COVID-19, em 2021 e  da segunda dose da vacina inactivada contra a poliomielite (IPV) em 2022.

O Ministro da Saúde assinalou igualmente a aquisição de mais de 1.092 geleiras para apetrechar as Unidades  Sanitárias e 20 geleiras ultrafrio para o Depósito Central, no âmbito do fortalecimento da cadeia de frio, a aquisição e montagem de 28 câmaras frigoríficas de maior capacidade (30 a 40 m3) nos Depósitos Nacional e Provinciais, bem como a aquisição, em 2023, de cerca de 65 viaturas e várias motorizadas para apoio à realização de actividades de brigadas móveis e transporte de vacinas nas províncias, como outros dos feitos conseguidos no quadro do Programa de Vacinação.

Tiago sublinhou também a aplicação e aprovação de novas vacinas a serem introduzidas ao longo do próximo ano, nomeadamente da Malária e Cólera no contexto preventivo, como outros importantes progressos.

“Não seria possível alcançar estes ganhos, sem o envolvimento activo de todos aqui presentes e os demais colegas das províncias, daí que para todos, vai o nosso sincero reconhecimento e vénia”.

A vacinação, continuou, é a intervenção de saúde pública mais bem-sucedida e com elevado custo-efectividade, constituindo uma prioridade do Governo de Moçambique.

Persistem desafios

O Ministro da Saúde reconheceu que, apesar dos avanços registados, persistem desafios importantes do Programa de Vacinação, que são motivos de preocupação.

Apontou a existência de um número elevado de crianças Zero Dose, com dados administrativos a indicar que podem existir mais de 700 mil crianças zero-dose acumuladas desde o ano 2019 a 2022.

“De acordo com WUENIC [Estimativas Nacionais de Cobertura da Imunização da OMS  e UNICEF], a cobertura da Penta-3 registou um declínio significativo de 27 pontos percentuais, caindo de 88% em 2019 para 61% em 2021, altura do pico da pandemia da COVID-19 ”, enfatizou.

O outro desafio é a deficiente quantificação de necessidades de vacinas relacionada com a subestimação do grupo-alvo, levando a ropturas de vacina, avançou.

“Em relação à quantificação, com satisfação, destacamos o apoio e abertura da GAVI e parceiros, para a revisão da abordagem para a provisão de vacinas e análise de dados, passando a usar o consumo de BCG, como proxy para estimar os nados vivos”.

Por outro lado, prevalece a visibilidade incompleta de dados de logística de vacinas, aliado à existência de um Sistema de Logística e Gestão de Vacinas (LMIS), que ainda não responde de forma eficaz às necessidades, realçou o Ministro da Saúde.

Por isso, prosseguiu, acções enérgicas devem ser desenvolvidas rapidamente para garantir o fortalecimento do SELV.

De acordo com Armindo Tiago, a resposta às emergências de saúde pública também constitui um desafio, porque tem desviado a atenção da implementação de actividades de rotina, sobrecarregando o pessoal técnico.

“Apesar destes desafios, destacamos com muita satisfação os esforços realizados e notamos que o país foi um dos primeiros a desenvolver um Plano de Recuperação para restaurar a imunização de rotina e tornar o programa mais resiliente e alcancar às crianças Zero Dose. Por isso, aproveitamos esta ocasião para lançar oficialmente este Plano, onde está prevista a partir de Janeiro de 2024, a realização de três Rondas de Intensificação Periódica da Imunização de Rotina, com vista a abranger as crianças menores de cinco anos de idade que tenham perdido a sua vacinação desde o ano de 2019″ lançando o desafio de contínuo fortalecimento da imunização de rotina, por forma a tornar o Programa de Vacinação mais resiliente e que possa alcançar todas as crianças, fazendo jus ao lema da reunião que é “Zero Crianças com Zero Dose”.

Nesse sentido, de acordo com o Ministro da Saúde é fundamental reflectir sobre as melhores opções de implementação do plano em causa, impondo-se uma reflexão sobre como é que a vigilância de rotina das doenças preveníveis por vacina pode ser usada proactivamente, para informar as acções de vacinação e como podem ser rentabilizadas as actividades do subsistema comunitário de saúde, aproveitando a vasta rede de actores comunitários, para melhorar a equidade na oferta de serviços de vacinação até à última milha.

Outra reflexão tem que ver com  o uso eficiente das tecnologias electrónicas no PAV, tendo como exemplo, a experiência de monitoria de campanhas da Pólio com uso de ODK, o uso de Ferramenta Eletrónica de Supervisão, a digitalização de RED REC, o almejado Registo Eletrónico Infantil.

Disse também ser necessário que o sector passe em revista, durante a reunião, todos os aspectos que comprometem a disponibilidade de vacina, desde a quantificação, o uso de ferramentas de gestão, a distribuição integrada de vacinas desde o nível central até a última unidade sanitária.

“Devemos discutir como nos preparamos para a introdução de vacinas previstas para o próximo ano, nomeadamente da cólera e malária”, sublinhou.

A Reunião Nacional do Programa Alargado de Vacinação tem a duração  de três dias. Decorre na província de Gaza e conta a participação de quadros do MISAU do nivel central, provincial e parceiros  de cooperação.

MISAU-DCI

Share this post