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Moçambique e Itália lançam projecto “Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis”

De 2019 a 2023, o Governo de Itália, através a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) apoiou o sector de saúde na componente de fornecimento de equipamentos, reagentes e medicamentos para 14 centros de saúde seccionais; formação do pessoal de saúde, incluindo a formação de 413 profissionais no diagnóstico e gestão de pacientes com Doenças Não Transmissíveis (DNT) e; a formação de 160 profissionais no uso da crioterapia e da LEEP para o tratamento de lesões cervicais.

Com o objectivo de consolidar os ganhos alcançados nos últimos quatro anos, o Ministerio da Saude (MISAU) e a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS), lançaram esta Segunda-feira, 6 de Maio, em Maputo, num vento testemunhado por Sua Excelência Prof. Doutor Armindo Daniel Tiago, Ministro da Saude e pelo Exmo Senhor Embaixador de Itália, Gianni Bardini, o projecto “Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis”, que visa contribuir para a redução da morbidade, incapacidade e mortalidade por doenças-não-transmissíveis (DNT) em Moçambique.

Orçado em cerca de 343 milhões de meticais, num financiamento da AICS e implementado pela Médicos com África CUAMM em colaboração com a Comunidade de Sant’Egidio e Aifo, nesta nova fase que tem a duração de três anos, a iniciativa prevê abranger 20 unidades sanitárias das províncias de Zambézia (7), Sofala (7) e Maputo (6), focado na continuidade de integração de HTA/DM nos cuidados de saúde primários, com uma nova atenção especial a ser dada a grupos mais vulneráveis da população, em particular as pessoas vivendo com deficiência.

Entre as atividades previstas contam-se as de sensibilização e triagem da população em risco, fornecimento de equipamentos, materiais e medicamentos e, sobretudo, formação e assistência técnica de pessoal médico-sanitário para estabelecer a cultura de acompanhamento dos factores de risco das DNT e do acompanhamento dos pacientes identificados.

Dada a sua elevada prevalência e mortalidade, a intervenção centrar-se-á na hipertensão arterial , na diabetes (taxa de prevalência igual a 39% e 7,4% respetivamente) e no cancro do colo do útero (taxa de mortalidade igual a 64%) e pretende colocar a prevenção no centro da estratégia de intervenção.

“As doenças não transmissíveis lutam para receber a atenção adequada da sociedade civil, apesar do impacto na saúde, especialmente nas mais frágeis. Por esta razão é essencial prestar especial atenção às pessoas com deficiência e é precisamente isso que estamos a fazer nesta nova fase do projecto” referiu o Embaixador de Itália em Moçambique, Gianni Bardini que sublinhou depois o papel fundamental dos actores envolvidos.

O Ministro da Saúde, Armindo Daniel Tiago, afirmou na sua intervenção no acto do lançamento do projecto, que os factores de risco e os maus hábitos são decisivos na incidência das doenças não transmissíveis.

“Por isso é necessário promover bons hábitos e um estilo de vida saudável mas também garantir o acesso a cuidados de qualidade. A redução das doenças não transmissíveis é uma questão de saúde pública e como tal deve ser uma responsabilidade colectiva dos cidadãos e de toda a comunidade moçambicana”, disse Tiago, apontando a necessidade de aperfeiçoamento do sistema de informação em saúde (SIS-MA), na recolha de dados de rotina relativos às DNT.

“Devemos garantir que as políticas de saúde utilizem evidências científicas. Digitalizar a saúde e abandonar o papel é uma prioridade. O projecto aumentará o acesso, a qualidade do serviço e todos estão convidados a participar. Ao mesmo tempo, pedimos que este não seja apenas um projecto, mas um programa sustentável com uma visão de longo prazo. Agradecemos à AICS e ao embaixador pelo esforço conjunto em tornar a saúde uma prioridade e estamos empenhados em continuar no caminho de um futuro saudável para o povo moçambicano”, considerou.

Participaram no evento, quadros do MISAU, embaixada italiana em Maputo e da Organização Mundial da Saúde (OMS), representantes da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento, da CUAMM, Comunidade de Sant’Egidio e Aifo.

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